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domingo, 31 de março de 2013
CASAMENTO DE CABÔCO BRABO
Eu me criei ouvindo o meu avô contar histórias que aconteceu no seu tempo e outras que tinha escutado dos seus pais.
Era costume todos os dias o meu avô Nicolau, depois que chegava da roça e jantar o angu com raspa de rapadura, fazia um cigarro de fumo (produzido pelo próprio), se deitava no alpendre, no pé de parede, vestia os pés com um surrão (saco de estopa), reclinava a cabeça a cabeça num cepo de pau e ficava "pofando" ou deliciando aquele gostoso cigarro.
Começava então a chegar gente e com pouco tempo o alpendre da casa do meu avô ficava lotado, de filhos, filhas, genros, noras e netos além de outras pessoas que moravam nos arredores que adoravam escutar as histórias do velho Nicolau, que muitas vezes deixava os meninos de boquiaberta.
A minha avó (mãe véia), ficava assentada do lado do meu avô até chegar a hora de ir para o fogão fazer o tradicional café que virou tradição e sem esquecer o chá de folha de laranja para aqueles que não tomavam café.
Estre tantas histórias que o meu avô contava tinha uma sobre "o casamento de caboco brabo" e ele descrevia assim: Quando uma caboca ia se casar pegava ela, deitava no chão depois deitava o noivo em cima, depois deitava as testemunhas,... e continuava deitando os parentes até a noiva gemer, só quando a noiva gemesse é que estava realizado o casamento. O pajé ficava assentado no chão ao lado para quando escutasse o gemido declarar o casamento realizado.
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